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Roberto José

ENSINO DE HISTÓRIA COMO PRÁTICA EDUCATIVA
Roberto José da Silva

O ensino de história pode ser encarado como uma prática educacional que provoca nos estudantes das escolas básicas mudanças nas formas de compreensão no mundo. Na escola básica muitos modelos de práticas de aula de História permanecem e podemos dividi-los em duas vertentes: as práticas tradicionais e as construtivistas.
Para Saviani, o modelo de ensino tradicional,
[...] que ainda predomina hoje nas escolas se constituiu após a revolução industrial e se implantou nos chamados sistemas nacionais de ensino, configurando amplas redes oficiais, criadas a partir de meados do século passado, no momento em que, consolidado o poder burguês, aciona-se a escola redentora da humanidade, universal, gratuita e obrigatória como um instrumento de consolidação da ordem democrática”. (Saviani, 1991. p.54).
Já o modelo construtivista parte do pressuposto de ser uma técnica metodológica na qual a postura que o professor adota nas suas aulas é fundamental. Esta metodologia foi fundamentada no Iluminismo, que valorizava a construção do conhecimento humano através da razão. Esse processo decorre de técnicas e práticas conciliadas à forma de compreensão do modus vivendida investigação científica,e foi baseado em estudos psíquicos e conceitos posteriores sobre as fazes de formação de uma criança.
“Na medida em que esse professores de História da Educação, assumimos essa atitude de investigação; na medida em que nós, em face dos alunos, estimulamos esta mesma atitude, eis como estaremos contribuindo efetivamente para o avanço do campo do conhecimento que constitui a História da Educação e, no nosso caso específico, para o desenvolvimento da História da Educação Brasileira” (Saviani, 2008 p, 37-38).

Faz parte do trabalho do professor (a) elaborar as aulas e escolher os conteúdos disciplinares que são trazidos pelo livro didático. Por isso o ato de escolha do livro didático que será utilizado na escola é muito importante. O professor, ao utilizar o livro didático tem em mãos um projeto elaborado e preparado diretamente para o aluno. Esse material pode ser trabalhado de diversas formas: estudo dirigido, exercícios escritos e orais, produção textual, através das leituras individuais e/ou coletivas, trabalho em grupo, produções e diálogos/conversações, apresentações de cartazes a partir da fonte, interpretações de texto, pesquisas no livro didático e dicionários, com propósito de observar o aluno em avaliações continuas, bem como a participação nas atividades propostas, comportamento e assiduidade nas aulas e, nos eventos escolares.

Na minha experiência inicial como professor de História na escola básica cursando a disciplina de estágio supervisionado, monitorias e PIBID, tive a oportunidade de poder elaborar aulas, aplicá-las e manter esse contato direto com a escola, antes de concluir o curso. Esse fator foi gratificante para minha formação como professor de História pois percebi que este trabalho modifica a forma de entendimento do mundo dos estudantes.

Percebi nos alunos que estive em contato, que é gratificante para eles ter alunos estagiários em sala, essa relação é mais eficaz, pois é importante para eles se saírem bem, tanto com o professor estagiário quanto com o professor regente. No ensino médio existe uma preocupação com o fato do teste avaliativo do Enem, para alunos do ultimo ano do ensino médio, e isso faz com que o professor tenha uma maior carga de responsabilidade por estarem em um processo de seleção, que deve possuir um resultado positivo, correspondendo às expectativas da série. Na educação de jovens e adultos, o processo está ligado à curiosidade, busca de conhecimento. Pude então observar que a disciplina de história em todos esses processos, possui uma relação de ensino-aprendizagem entre aluno e professor, quecorrespondeu em grande parte com a minha formação.

Sempre que se fala no ensino de história em sala de aula acredito que se deve lembrar de que o estudo da história parte do presente, pois ao buscar questionamentos atuais os professores e os alunos poderão rever os acontecimentos ou fatos do passado. Poderão também desmistificar ideias pré-concebidas e do senso comum ou contribuir para compreensão da evolução social e pessoal. Por isso, o ensino de história serve para situar onosso presente eutilizando as experiências do passado para problematizar o que ocorre no presente. Entendemos dessa forma, pois, estudar história na escola básica não é apenas decorar fatos do passado que já foram encerrados, mas pelo contrário, com o estudo do presente podem-se criar relações existentes entre o passado e o presente dos estudantes.

 

Referências

SAVIANI, Dermeval. (1944) – Educação do senso comum à consciência filosófica. 18ª Ed.- Campinas, SP: Autores Associados, 2009.
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. Campinas, São Paulo. Autores Associados, 2008. (Coleção Educação Contemporânea). Edição Comemorativa.
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 24. Ed. São Paulo: Cortez, 1991.

 



2 comentários:

  1. Gostei muito do texto! Muito relevante!
    Aqui apenas uma provocação.
    É interessante como mesmo sendo papel do professor selecionar livros e temáticas para o Ensino de História, essa não é realidade quando falamos da rede particular de ensino e seus grandes sistemas que impõem uma grande que de fato aprisiona o professor.

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  2. Roberto, na sua opinião como podemos convencer os alunos de que conhecer História é fundamental para sua formação cidadã?

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